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STF vê depoimento de Bolsonaro como "previsível" e sem revelações


Foto: (Reprodução)

O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, foi classificado por ministros da Corte como "sem novidades" e "dentro do script". Segundo apurou O GLOBO, os magistrados avaliaram que Bolsonaro seguiu uma estratégia previamente conhecida: negou as acusações, evitou embates diretos e não apresentou elementos novos ao processo.

A mesma percepção se estende aos demais réus ouvidos durante as 15 horas de interrogatórios realizadas entre segunda (9) e terça-feira (10). Nos bastidores do STF, a expectativa já era de que os depoimentos servissem apenas para a formalização das defesas, sem reviravoltas, uma vez que os acusados não são obrigados a dizer a verdade.
 
Com o fim dessa fase processual, os envolvidos têm agora cinco dias para se manifestar sobre possíveis novas diligências. Encerrado esse prazo, a ação seguirá para a fase de alegações finais - etapa que antecede o julgamento.

Durante seu depoimento, Bolsonaro afirmou que nunca endossou minutas de decretos golpistas, alegando que só teve o a "considerandos" e não ao conteúdo completo. Negou ter discutido prisões de autoridades e disse que não compareceu à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar "a maior vaia da história do Brasil". Manteve também sua postura crítica ao sistema eleitoral, declarando ter "dúvidas" sobre a segurança das urnas eletrônicas.

O ex-presidente é réu junto com outras sete pessoas, incluindo ex-ministros e ex-comandantes militares, por integrar o chamado "núcleo 1" da tentativa de golpe - grupo acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar a trama. Os crimes imputados incluem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.
 
Os interrogatórios contaram com depoimentos de figuras-chave como o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier, e os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Nogueira e Braga Netto, além do próprio Bolsonaro. Todos negaram envolvimento em qualquer articulação golpista.

Com o fim das oitivas, o ministro Alexandre de Moraes revogou a medida cautelar que impedia os réus de manterem contato entre si, por entender que a fase de produção de provas já foi superada.

A expectativa no STF é que o julgamento ocorra entre setembro e outubro. Além de Moraes, relator do caso, participam da análise os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, que compõem a Primeira Turma da Corte.
 
O caso teve repercussão internacional. O The Washington Post destacou que é a primeira vez que um ex-presidente brasileiro presta depoimento como réu por tentativa de golpe, classificando os manifestantes de apoio a Bolsonaro como "loucos". O The Guardian e o El País também repercutiram a audiência, apontando que o ex-presidente negou o plano de golpe, mas itiu discutir "caminhos alternativos" com militares. A BBC reforçou que Bolsonaro rechaçou qualquer envolvimento em conspiração golpista, mantendo o tom de desconfiança sobre o processo eleitoral.



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